II Ciclo de Integração Administrativa UFRJ

   A Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3) promoveu, de 24 a 26 de agosto, das 13h às 17h, o II Ciclo de Integração Administrativa da UFRJ, no auditório G1 da Faculdade de Letras. O evento teve como objetivo tratar da influência que a gestão pública exerce sobre a gestão acadêmica.

   A faculdade de Letras foi a escolhida para sediar este evento de grande importância que reuniu dirigentes máximos das diversas Unidades Acadêmicas da UFRJ discutindo a integração e diálogo entre os órgãos de controle interno e controle externo, ressaltando ainda a facilitação da tramitação processual. Há dois textos normativos que foram trazidos para discussão neste Ciclo e devem ser consultados para demais dúvidas. O primeiro corresponde a Lei Nº 9.784 , de 29 de Janeiro de 1999, que poderá ser encontrada no site do Planalto no seguinte endereço http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9784.htm; e a Portaria do Reitor que segue abaixo:

PORTARIA Nº 3554, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2007*
O Reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no uso das atribuições legais, amparadas nos arts. 37, caput da Constituição Federal, combinado com o art. 4º, parágrafos 1º e 2º da Lei nº 9.028 de 12.04.1995, tendo em vista o interesse da Administração Pública, resolve:
Art. 1º Os processo administrativos que tramitam nesta Universidade terão o seguinte regramento:
I - em se tratando do mesmo assunto, parte interessada, ou licitação, deverá existir apenas um número de processo administrativo;
II - no início ou término de cada volume, deverá constar nos autos um termo de abertura ou de encerramento.
Art. 2º Nos processos administrativos atualmente em tramitação, existindo identidade de parte ou mesmo objeto, deverão todos correr apensados, além de constar dos autos os respectivos termos de apensamento.






*Esta Portaria foi publicada no Boletim da UFRJ no dia 3 de Janeiro de 2008 e pode ser encontrada no seguinte endereço virtual http://www.ufrj.br/docs/boletim/2008/01-2008.pdf


Texto: Phelipe Fernandes
Encontro com as escritoras

    No dia 26 de agosto de 2010 a faculdade de Letras da UFRJ estreou o evento “Encontro com as escritoras” que teve Ana Paula Maia, a autora de O habitante das falhas subterrâneas (7LETRAS, 2003); A guerra dos bastardos (Língua Geral, 2007); Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos (Record, 2009), como primeira convidada. A escritora Ana Paula compartilhou com a comunidade sua experiência como iniciante no universo literário, falou sobre suas obras, seu estilo e compartilhou com os estudantes da faculdade a importância de acreditar em seus objetivos, relatando as dificuldades que enfrentou para publicar sua primeira obra e principalmente a realização alcançada por não ter desistido.
    Arrojo, inconformismo e muito estilo são características da literatura de Ana Paula Maia. Uma mulher que escreve com uma voz masculina e mancha o papel com a violência dos meninos que povoam seu imaginário, seu texto é ácido e possui um humor negro, como ela o considera. A obra arrasta o leitor para o lado avesso do cotidiano, para os lugares que poucos gostam de freqüentar, porém lugares existentes.
    Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Mulher Na Literatura (NIELM) é um grupo de pesquisa sediado na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro.  O NIELM foi fundado em 1993 pelas professoras Angélica Soares (Ciência da Literatura, UFRJ), Elódia Xavier (Letras Vernáculas, UFRJ), Helena Parente Cunha (Ciência da Literatura, UFRJ), Lúcia Helena (atualmente, UFF), Luiza Lobo (Ciência da Literatura, UFRJ) e Rosa Maria de Carvalho Gens (Letras Vernáculas, UFRJ).
   O NIELM está vinculado a todos os projetos e fóruns que privilegiem o tema básico "Mulher e Literatura”. O evento compartilhou com a faculdade a verdadeira importância do tema básico do NIELM.

Texto: Jaqueline Oliveira/ Foto: Isabelle Saint Martin

8ª Edição da FLIP

                                                                                              Foto: Isabelle Saint Martin

     A Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP) de 2010, que aconteceu entre os dias 4 e 8 de Agosto foi marcada por polêmicas e homenagens e a Equipe de Comunicação da Faculdade de Letras foi a Paraty para cobrir o evento. Com a participação de 147 autores (como Ferreira Gullar, Isabel Allende, Azar Nafisi, Robert Crumb, Terry Eagleton, entre outros), sendo 21 deles estrangeiros, contou ainda com uma equipe de 300 prestadores de serviços e 400 voluntários (divulgação feita pelos organizadores).

     Como divulgado amplamente pela imprensa, a 8° Edição da FLIP teve um número menor de pessoas que a de 2009. Entretanto, a cidade de Paraty ficou cheia de espectadores, em um grande clima cultural e com muita Literatura. “Toda vez que fazemos a Festa em agosto temos um pouco menos de público, e esse ano não foi diferente”, disse Mauro Munhoz, diretor geral do evento, durante uma conversa com a imprensa na tarde de domingo. O sociólogo Gilberto Freyre foi o homenageado principal do evento (110 anos de Gilberto Freyre), fazendo com que a programação desde ano fosse quase excessivamente em torno das Ciências Sociais e de muita polêmica em torno da abertura do evento, por conta da conferência de abertura proferida por Fernando Henrique. Porém, houve também homenagens a José Saramago e Carlos Drummond de Andrade, esta coordenada pelo professor e poeta Eucanaã Ferraz, que substituiu a a palestra de Lou Reed, que não pôde comparecer ao evento. Dois momentos altos da FLIP.

     Além do grande evento das editoras, muita coisa importante acontece em torno da Flip. A cidade respira literatura, os eventos se multiplicam é há muito para ver e ouvir de graça. São nesses eventos que a participação da Letras se destaca. É uma atuação que se estende por todo o ano e não só durante a semana da FLIP. São várias palestras e oficinas oferecidas para os professores e alunos da rede pública de Paraty e para os moradores da cidade em geral. Vários professores da Faculdade - André Bueno, Martha Alkimim, Ana Alencar, Welington de Almeida – assim como doutorandos e estudantes de graduação, já estiveram por lá. Segundo Eleonora Ziller, que coordena o projeto, a idéia é “ampliar as atividades, consolidar a parceria com a Casa Azul e estabelecer um convênio que consolide todas essas iniciativas no âmbito da UFRJ”

Texto: Isabelle Saint Martin



A seguir, os resumos e momentos marcantes da FLIP e suas palestras:


Mesa 1: Identificando o literário em Gilberto Freyre


      A Mesa sobre a obra de Gilberto Freyre conta com a participação ilustre de Moacyr Scliar, Ricardo Benzaquen e Edson Nery da Fonseca, sob a mediação de Angel Gurria-Quintana. Com diferentes visões sobre a obra de Freyre, os autores, de forma geral, exaltaram a importância da obra para a compreensão do povo brasileiro.
No primeiro momento, Scliar comenta alguns deslizes cometidos pelo autor de Casa
Grande & Senzala como seu costume de fazer generalizações, ou, numa expressão mais usual, "cagar regras". Critica ainda a forma caricata com que o autor trata os judeus.

      Em contrapartida indica a abordagem desburocratizada ou, como disse Scliar, livre
de "tabelas ou gráficos", revelando uma abordagem mais informal e próxima a um
público maior, uma inovação na área da sociologia.

      O professor Ricardo Benzaquen ressalta o caráter ensaístico na obra de Freyre,
fazendo um paralelo com a composição tradicional do ensaio (em Montaigne) e com
a composição ensaística no Brasil (como em Paulo Prado e Mário de Andrade). Já o
professor Edson Nery da Fonseca foca no trabalho poético de Freyre, destacando duas
ferramentas que ele utilizou em sua criação: o imagismo, influenciado por Amy Lowell, e a enumeração caótica, por influência de Vachel Lindsay. Por fim, o professor fez uma belíssima interpretação do poema ”Bahia de Todos os Santos” e de quase todos os pecados escrito por Freyre em 1962. 

Texto: Phelipe Fernandes




Mesa 2: De frente pro crime com Lionel Shriver e Patrícia Melo.

      Na mesa “De frente pro crime” com a mediação de Arnaldo Bloch, as escritoras Lionel Shriver e Patrícia Melo discutiram sobre a arte do suspense psicológico que ambas abordam em suas obras. As autoras não falaram sobre sua vida pessoal, apesar de Shriver declarar que utiliza seus dilemas para ganhar dinheiro, escrevendo seus livros para resolver seus próprios conflitos. Já Melo cria suas obras baseando-se nas escolhas imutáveis que suas personagens são obrigadas a tomar, como uma forma de fugir das responsabilidades e escolhas de sua própria vida.

      Lionel Shriver fez comentários na esfera de sua obra “Precisamos falar sobre Kevin” que retrata o incidente de uma família da sociedade americana a lidar com Kevin, um filho homicida. Shriver ressaltou que, apesar de tudo, ela nunca enxergou Kevin com uma figura de essência ‘má’ e que os leitores deveriam lembrar que no romance, tudo é contado através dos olhos e da memória da mãe.Ao falar sobre a obra “Precisamos falar sobre Kevin” Patrícia Melo fez citações sobre a experiência de mãe e filho em sua vida. Para ela a maternidade se resume muito além do “dar sem querer nada em troca”, relacionando-se com a idéia de insegurança por parte da mãe, algo bastante vivenciado na obra de Shriver.

      Outros livros das escritoras seriam “O mundo pós-aniversário” de Lionel Shriver e o mais recente de Patrícia Melo, “De cadáveres”.

Texto: Jorge Alison da Silva



Mesa 4: A exuberante e agradável presença de Isabel Allende na FLIP
 

A escritora participou da mesa 4, com o tema “Veias Abertas”, referência a um livro do uruguaio Eduardo Galeano.

      Isabel Allende iluminou a sala na quinta-feira do dia 5, na FLIP. Com seu jeito
desinibido e bem-humorado, tratou com elegância e humor de todas as perguntas feitas
pelo jornalista Humberto Werneck. Na entrevista que mescla perguntas superficiais
sobre seu trabalho e vida pessoal, ela responde a tudo, sempre direta e simpática.
A escritora, que tem a rotina de sempre começar um livro no dia 8 de Janeiro, afirma que todos seus livros começam ruins: “Começo pensando que vai sair uma porcaria, porque se imaginar que vou fazer uma obra-prima posso ficar paralisada”, e diz que sempre está inventando novos erros. E dá uma dica aos futuros escritores, que “escrevam como um esportista, sempre praticando até atingir a perfeição”.

      Quando perguntada se buscava cada vez mais a perfeição no momento de criação
de novos livros, responde, de forma bem direta: “Creio que essa exigência vem dos
críticos, e não de mim, por conta de minha experiência” e diz que, para criação, ela
busca o auto-exílio, afirmando que “estar no olho do furacão não é nada bom”.

      A entrevista é finalizada com comentários de sua vida pessoal e com a descrição de uma Isabel velhinha, que, segundo ela, vai ser: “louca, com brilhantes pelo corpo e cabelo – e a liberdade interior de minha mãe” e que não existe velhice, graças ao Ivo Pitanguy - resposta bem-humorada diante da pergunta indelicada e mal feita do entrevistador sobre as suas expectativas sobre a meia-idade. Durante o encerramento, pediu que colocasse as luzes na platéia, para que pudesse ver os rostos donos dos aplausos e acenou, cordialmente. E, no lado de fora, deixou um mar de rostos femininos sorridentes.

Texto: Marcelle Saint Martin

Mesa 5: Do início dos livros impressos às bibliotecas digitais: uma discussão com Peter Burke e Robert Darnton.


      No primeiro dia, o historiador e diretor da biblioteca de Harvard, Robert Darnton, e o também historiador Peter Burke falaram sobre a história dos livros.

      Na conversa do primeiro dia, uma espécie de introdução ao assunto, falou-se da literatura pornográfica francesa, do século XVIII, da história das enciclopédias citando a Wikipedia, elogiada por Burke, além de um painel sobre a história dos direitos autorais.

      O segundo debate envolveu mais o público. Foi importante, o depoimento de Darnton, à frente do projeto de digitalização da biblioteca de Harvard. Segundo ele, o Google está longe de ser o parceiro ideal para a
difusão do acervo. “Admiro o Google, e é ótimo que eles tenham digitalizados dois milhões de livros, todos de domínio público. Mas eles queriam digitalizar bibliotecas como a de Harvard, de graça, e cobrar pelo acesso aos livros. Seria o monopólio do conhecimento”, disse Darnton, aplaudido pelo público.

     Outra discussão relevante, mas tocada apenas superficialmente, foi o debate sobre o formato dos arquivos digitais, e o risco de se perder o conhecimento produzido por anos apenas porque o formato ficou obsoleto.Darnton fechou a palestra dizendo: “Já tivemos o anúncio da morte do  livro, da morte do autor e agora da morte da biblioteca. Acho que não  acredito mais na morte”.

Texto: Iaci



Mesa 11: Terry Eagleton na FLIP

      Os que conhecem seu vocabulário radical e suas análises de olhar clínico e cientificamente periciais, não apreciariam menos de Terry Eagleton na Flip de 2010. Em sua primeira visita à América Latina o crítico britânico mantém uma posição contra o racionalismo veemente de certos autores modernos. Estranha o fato de a discussão sobre Deus estar tão acalorada já que o que deveria estar acontecendo é uma espécie de mundo "pós-metafísico" ou "pós-religioso".

      Para tal discussão, Eagleton recorre a um evento histórico, fruto do belicoso antipacifismo estadunidense: o assassinato do presidente chileno Salvador Allende em 11 de setembro de 1973. E qual seria a relação desse evento com o que tem sido pregado por alguns autores ateus de nosso tempo? O preconceito cultural disfarçado de um neo-iluminismo. E para justificar sua depuração, Eagleton pilheria com as (des) conjunções categóricas enunciadas por um conhecido biólogo: "Richard Dawkins realmente acredita que crer em Deus é como crer em alienígenas ou no Pé-Grande"; e por seu conterrâneo Christopher Hitchens, que afirma que "a religião é uma coisa nojenta.". Eagleton ressalta a complexidade sobre o assunto e nos incita a discutí-lo.

      O autor de " Reason, Faith, and Revolution: Reflections on the God Debate"(publicação britânica em 2009, sem previsão no Brasil), embora afirme que "prenderia o Papa no momento que ele chegasse na Inglaterra", não deixa de lado a influência do Cristo em sua formação pessoal, tal como para a criação de uma sociedade mais justa. No final da Mesa, Eagleton profere uma frase antológica para nosso tempo: "Estamos vivendo um período de excesso de crença e falta de crença. Mas há esperança, pois há pessoas (como eu mesmo) que estão no meio."

Texto: Phelipe Fernandes

Mesa 13: Tributo ao grande poeta


      A mesa “Alguma poesia” foi tomada por uma boa dose de Literatura, no sábado, dia
7. Homenagem ao grande Carlos Drummond de Andrade, que consegue manter-se
surpreendentemente contemporâneo na nossa geração, estando sempre vivo, como disse
Eucanaã Ferraz, no dia do evento.

      Ocorreu a leitura de seu primeiro livro de poemas “Alguma poesia”, que completa
80 anos de publicação em 2010. De uma forma alternada, os poemas foram muito
bem declamados por quatro poetas de prestígio: Ferreira Gullar, Antonio Cicero,
Chacal e Eucanaã Ferraz, que foi quem organizou esta comemoração. Estes leram
todos os poemas que compõem o livro, incluindo os clássicos “No meio do caminho”
e “Quadrilha”. Foi uma bela homenagem a este grande nome da Literatura Brasileira e
teve um grande número de espectadores tanto dentro das tentas, como no lado de fora,
para aqueles que não conseguiram entrar para assistir a mesa.

      O livro “Alguma poesia” foi escrito ao clima da modernidade de 1922, trabalhando a questão do poema-piada, utilizando na estética de seus poemas o coloquialismo e as
características modernistas, indo contra as tendências parnasiano-simbolista, que eram o foco e domínio da poesia naquela época. Na verdade, o poema-piada de Drummond
era uma forma de desabafo através do humor e da ironia, deixando entre linhas,
sentimentos que o amarguravam. Aos que gostam de rotular, o livro foi escrito na sua 1° fase, das quatro, chamada “gauche”, que do francês, significa “esquerdo”, tendo como característica a sua reflexão existencial e seu desencanto em relação ao mundo.

Texto: Isabelle Saint Martin



Mesa 14:A grandiosidade de Ferreira Gullar na FLIP


      Ferreira Gullar roubou a cena no fim da tarde de sábado, dia 7. Com seu jeito bem-humorado e sincero, a mesa foi levada por momentos de muitos risos e aplausos. O poeta, que participou da mesa anterior em homenagem ao Drummond, comentou a sua relação com ele, em sua palestra: “Como eu era um poeta parnasiano, que trabalhava com poemas idealizados, quando tive contato com as obras de Drummond me surpreendi. Dizia que não era poesia aquilo! Porém percebi que o que ele escrevia eram coisas do cotidiano e não tinha aquela visão do mundo idealizado. Passei a entender que aquilo tudo era uma nova poesia. Gostei daquilo e comecei a me adaptar. Drummond
via beleza nas coisas mais sórdidas”.

      Gullar também contou sobre o seu lado artista. Antes de ser poeta, queria ser pintor. Entretanto, a poesia acabou tomando conta dele, despertou mais interesse. “Mas sobre poesia eu não penso, não reflito. Eu apenas faço. Penso muito mais em artes plásticas do que na poesia. A poesia é mais complexa. Sou um amante das artes plásticas. Posso dizer que hoje vou fazer um artigo para o jornal, mas um poema, não. É algo que nasce de situações do cotidiano, não chega a ser um milagre. Um galo cantando no quintal pode despertar o poeta. Não tem explicação", afirmou. Ele comentou sobre sua participação política e suas atuações. Contou que quando estava em Buenos Aires, durante o exílio, escreveu o seu poema mais famoso: o “Poema Sujo”. Escreveu em alguns meses. Porém, em um determinado momento, ele contou que a sua inspiração acabou. Até que um dia fez os últimos versos e mostrou à sua esposa, que gostou. O amigo, Vinícius de Moraes insistiu que Gullar lesse o poema e acabou se emocionando ouvindo, “o que não era muito difícil de acontecer”, afirmou Gullar. “Vinícius gravou o poema e trouxe para o Brasil, onde foi publicado em uma noite de autógrafos sem o autor", divertiu-se.

      Além disso, comentou sobre as poesias concretas: “Eu queria fazer uma poesia que não tivesse nada estabelecido. Queria fazer uma poesia que nascesse com a linguagem. Só que ninguém entendia nada. Ao ter contato com o modernismo, passei a me adaptar. Quis destruir o discurso. Com isso surgia a poesia concreta, que na verdade deveria chamar-se abstrata!”, brincou. Gullar queria que sua poesia não fosse um produto, ou que não tivesse um vício de criação. Era uma busca de conseguir ser uma poesia essencial. “A poesia nasce do espanto. O poema nasce do imprevisível. É um estado de espírito. A arte nasce sem a gente saber, pois se souber, não tem mais graça. Daí não é arte.”

      No final, ele agradece aos espectadores pelo carinho e disse que é bom escrever poesias. “Ninguém te obriga a fazer”, e afirmou brincando que é mentira quando o poeta diz que sofre ao fazer poemas. Ao ser aplaudido de pé por todos os presentes, Ferreira Gullar finalizou sua agradável palestra dizendo: “Fico feliz em saber que a poesia ainda
tem o poder de comover as pessoas.” Gullar, como sempre, grandioso em suas palavras tanto quanto em suas obras.

Texto: Isabelle Saint Martin

Fotos: http://www.flip.org.br









O Departamento e o Programa de pós-graduação em Ciência da Literatura informam que terão em 14 de setembro de 2010 uma palestra do prof° Christopher Laferl da Universidade de Salzburg na Austria sobre: "As relações entre literatura, história e crítica literária" às 11 hs no auditório E3 da faculdade de Letras.
Cursos de Extensão 2010-2 O cronograma dos Cursos de Extensão do 2º semestre de 2010 já foram divulgados. Maiores informações no Setor de Extensão da Faculdade de Letras (Sala D-116) ou pelo telefone 2598-9708. O horário de atendimento é de 10hs às 16hs.

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