Quem fosse ao Hospital do Fundão, no dia 25 de junho, veria a cena desapontante que cobre o sistema público de saúde no Rio de Janeiro. O enxame de câmeras e repórteres assomava-se para registrá-la: pacientes, alguns de cadeira de rodas, deixavam o hospital com medo que ele desabasse. Para agravar a situação, na semana seguinte circulou um falso boato de tremores no décimo terceiro andar. Essas cenas geralmente resultavam em uma evacuação parcial de pacientes e funcionários. Mas os que fitavam olhares pessimistas sobre o edifício sexagenário surpreenderam-se. A estrutura médica parece não se abalar e o funcionamento se reestabilizou: o hospital do fundão opera normalmente desde o dia 7 de julho. E já nos adverte a assessora de imprensa, Valéria Vianna, sobre seu futuro: "Com a já confirmada demolição dos blocos conhecidos como "pernas secas", projetos para reestruturação do hospital tentarão inseri-lo na lista de edifícios modernos, com uma estrutura vertical atendendo aos parâmetros mais recentes de acessibilidade em instituições hospitalares. No entanto estamos diante de datas futuras, mas não imprevisíveis". Para confirmar o fôlego com que a ciência reage a todo resquício de política mal-feita, há algumas semanas foi divulgado nas mais diversas mídias sobre o menino Yago Bueno dos Santos, de seis anos de idade, vitimado por uma surdez causada por meningite, que implantou um ouvido biônico beneficiado pela assistência gratuita que o Hospital do Fundão vem oferecendo há décadas. Espera-se agora que os recursos prometidos pelo MEC, bem como os sete milhões de reais acordados para o HUCFF, sejam cumpridos com a urgência necessária para se atender a população que necessita dos serviços do hospital.
Texto: Phelipe Fernandes
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